domingo, 1 de abril de 2012

GOEBBELS, Paul Joseph (*27/10/1897†01/05/1945)

Joseph Goebbels nasceu em out./1897 na pequena cidade de Rheydt, próximo de Düsseldorf. Quando criança foi incapacitado pela poliomielite e, mais tarde, a osteomielite, que o deixou manco da perna direita pelo resto da vida. De baixa estatura e corpo franzino, além da deficiência física, nunca foi chegado a participar de atividades que exigiam agilidade ou velocidade. Seria, mais tarde, a antítese de toda a filosofia nazista da raça ariana. Em contrapartida, o jovem Goebbels tinha virtudes que compensavam de sobra suas fraquezas físicas - era dotado de muita inteligência e nos estudos sempre foi um aluno exemplar; no relacionamento humano sabia como ninguém tirar proveito do sarcasmo e da arrogância. Quando a 1ª Grande Guerra estourou, em ago./1914, voluntariou-se para o Exército com 17 anos, contudo, obviamente, foi rejeitado devido às suas limitações físicas. Desapontado, dedicou-se ainda mais aos estudos. Em 1917 matriculou-se na Universidade de Bonn após ter sido aprovado no ginásio com as maiores notas da escola. Muito embora tenha passado por outras universidades, em 1921 recebeu seu grau de doutorado em Filosofia. Goebbels filiou-se ao Partido Nacional-socialista (NSDAP) em dez./1925 e rapidamente tornou-se um nazista fervoroso e fiel seguidor de seu líder.  Em out./1926 foi apontado Gauleiter (líder distrital) de Berlim. Em jan./1928 assumiu a direção de propaganda do NSDAP e em maio do mesmo ano foi eleito deputado no Reichstag (o Parlamento Alemão). Nas eleições de 1930 e 1932 atuou de forma admirável aumentando em muito o número de deputados do NSDAP no Parlamento através de seus discursos eloquentes. Logo após a subida dos nazistas ao poder, em jan./1933, foi designado Diretor do Setor Radiofônico e Ministro da Propaganda do Reich. Em maio daquele ano incentivou a queima pública em Munique de livros considerados perniciosos (judeus) ao nazismo. Participou também, em jun./1934, da trama diabólica que levou à morte o comando principal das SA e outros "inimigos" do poder. Gastou ainda uma fortuna em propaganda do Terceiro Reich no exterior com intuito de mostrar ao mundo que a Alemanha desejava "atingir seus objetivos territoriais por meio da paz", um grande engodo. Em nov./1938 quando do saque nazista às lojas de judeus e destruição das sinagogas (a famosa "Noite das Vidraças Quebradas"), Goebbels veio à público dizer que nada havia acontecido! Os correspondentes estrangeiros foram instruídos a omitir os fatos sob o risco de perderem seus cargos na Alemanha. Assim, durante os anos pré-guerra, Goebbels especializou-se em fazer teatro com os fatos para atingir os objetivos de seu líder, mesmo que isso significasse enganar seu próprio povo.
Em dez./1931 Goebbels casou-se com Magda Quandt, uma bela mulher divorciada, de temperamento forte e nazista fanática, com quem teve seis filhos, todos batizados com nomes cuja primeira letra era H, em homenagem a Hitler! Goebbels, segundo citam alguns autores, tinha um apetite sexual voraz e não se permitia inatividade durante os períodos de abstinência imposto pela gravidez de sua esposa. Desta forma registraram-se breves casos extraconjugais com suas secretárias e outras mulheres do mundo da publicidade e do cinema. Magda não era cega e encarava a infidelidade de seu marido como parte do seu trabalho pela Alemanha e pelo Führer ! Contudo uma outra mulher na vida do ministro estava colocando a reputação do regime em xeque-mate.
Lida Baarova, uma linda atriz do cinema checo, também casada, tornou-se sua amante a ponto dele sequer voltar para casa. Não era possível manter o relacionamento em segredo, distante do escândalo público. Isso enfureceu o ditador que ameaçou exonerar o apaixonado ministro e mandá-lo para Tóquio como um diplomata coadjuvante. Nem isso balançou Goebbels, que pensava em divorciar-se de Magda e levar Lida consigo para o Japão. Então Hitler radicalizou - proibiu Lida de atuar em filmes alemães e a mandou de volta para a Checoslováquia escoltada por agentes da Gestapo, exigindo a reconciliação do casal Goebbels, afinal ele era um dos padrinhos. O assunto aos poucos foi arrefecendo e acomodou-se.
Durante a 2ª Guerra Mundial Goebbels esteve sempre por trás das grandes notícias vindas do front e, mais do que qualquer outra pessoa, sabia aproveitar-se disso, capitalizando louros para o regime no caso das vitórias, enaltecendo o heroísmo dos generais ou então diminuindo a importância das derrotas. Por vezes usava sua popularidade para angariar fundos ou roupas de frio para os soldados em luta na Rússia. Quando o 6º Exército Alemão rendeu-se em Stalingrado, no começo de 1943, o "manipulador das massas" menosprezou o número de prisioneiros e mortos divulgados pela imprensa russa na tentativa de iludir o povo. Tempos depois foi nomeado "Diretor do Reich para a Guerra Total", uma posição surreal, pois ele sequer tinha formação militar. Sua função - levantar o moral do povo e lançá-lo contra todos os inimigos do Reich, principalmente os soviéticos, a qualquer custo. Não era tarefa difícil para ele, pois manobrava magistralmente os recursos da psicologia de massa para atingir suas metas. No atentado à bomba que por pouco não matou Hitler, em jul./1944, Goebbels teve participação fundamental no desfecho do golpe militar contra o regime nazista que correu a seguir em Berlim. Graças à ele o comando de uma guarnição militar da capital teve a certeza que o Führer não morrera e que os golpistas eram outros, revertendo a situação e prendendo os conspiradores. Nos meses finais da guerra foi o grande incentivador moral da Volkssturm, uma milícia popular composta por voluntários de 16 à 60 anos, num esforço insano de jogar civis incapazes e mal armados para a linha de combate em nome de um ideal desgastado.
Goebbels e sua família mudaram-se para o abrigo subterrâneo de Berlim a fim de se juntarem ao ditador nos últimos dias do conflito mundial. Ali, num último devaneio, noticiou a Hitler que a recente morte do presidente norte-americano Roosevelt mudaria o rumo da situação em favor da Alemanha. Hitler ainda o nomeou, em testamento, Chanceler do Reich tão logo se suicidasse. Entretanto, sequer chegou a tomar posse. Numa Alemanha sem o nacional-socialismo e seu grande mestre, Adolf Hitler, seria impossível viver. Ele e sua esposa fizeram um pacto macabro - envenenaram seus seis filhos menores e em seguida se suicidaram nos jardins da chancelaria, ao lado da entrada do bunker, em 01/05/1945 (vide mais detalhes aqui). Por ordens suas, alguns ajudantes incendiaram seus corpos e os enterraram ali mesmo, em meio a uma chuva de bombas soviéticas. Uma frase de sua autoria ficou para a posteridade e, por mais forte que seja, até hoje ainda dá o que falar - "uma mentira dita cem vezes, tornar-se verdade".



2 comentários:

  1. Pesquisador, há uma questão de suma importância a ser abordada que é seu o poder de síntese compondo os artigos com informações precisas, e fotos ilustrativas demonstrando um grau elevado de conhecimento.
    Abçs, Marco.

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  2. Prezado Marco, a síntese para assuntos tão complexos e ricos em detalhes é, sem dúvida alguma, minha. Contudo a História não muda por mais que uma palavra dúbia possa trazer confusão. Tudo que escrevo tenho fontes de referências, as quais serão aqui expostas em breve a fim de enriquecer o trabalho e dar credibilidade às postagens.
    Obrigado,
    Sylvio Lassance

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